A taioba, hortaliça que tem as folhas com formato de coração e o desenho de um Y na superfície, é pouco conhecida da maioria dos brasileiros.Isso acontece porque ela não é encontrada com facilidade, sua produção está basicamente concentrada em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Como ela desenvolve-se em tempo chuvoso e quente, o Brasil é um habitat ideal para o seu cultivo e a Embrapa está trabalhando para que a escassez da taioba no resto do país acabe, “desenvolvendo parcerias para criar bancos de multiplicação da hortaliça no País”. De origem selvagem (Américas do Sul e Central), ela desenvolve-se livremente e não exige adubo ou insumos especiais. Vamos torcer para que logo essa planta magnífica chegue facilmente ao prato de todos os brasileiros!
A taioba é parente do inhame, alimento que está tornado-se popular, pelo seu delicioso sabor e propriedades curativas. Ainda não tive o prazer de experimentar as folhas da taioba, mas quem já o fez garante que “seu gosto suave e a textura macia são capazes de fazer até quem não gosta de verduras repetir o prato”. Grande dica para ajudar a criançada a gostar de vegetais!
Suas propriedades nutricionais são também um atrativo:
* quantidades significativas de vitamina A (1,21 mg em 100 g do alimento), sendo que “cem gramas são mais do que suficientes para atingir as recomendações diárias para adultos, que é de 0,9 mg para homens e 0,7 mg para mulheres”;
* boa fonte de vitamina C (17,9 mg em 100 g do alimento), sendo que estudo comprova que a versão orgânica da taioba apresenta mais dessa vitamina do que as cultivadas nos moldes convencionais (mais um ponto a favor do orgânicos e contra o uso dos agrotóxicos no plantio!);
* a fécula da taioba (extraída da sua raiz) possui em média 85% de amido, fazendo com que o alimento seja uma fonte riquíssima de energia, sendo indicada para quem precisa de combustível extra para realizar suas atividades;
* quanto aos minerais, a taioba tem em sua composição ferro, fósforo, zinco, manganês, cobre magnésio e potássio, além de doses abundantes de cálcio (141 mg em 100 g do alimento) – excelente opção para quem não quer consumir leite de vaca e/ou laticínios para obtê-lo.
Para prepará-la, a forma não é muito diferente da que usamos com a couve: as folhas devem ser picadas e refogadas. O caule pode ser cozido, frito, acrescentado a cremes ou no preparo de bolinhos.
Atenção a esse alerta: o consumo das folhas cruas está proibido já que a taioba contém altas quantidades de cristais de oxalato de cálcio – substância que irrita as mucosas da boca e da garganta, causando sensação de asfixia. Para evitar que isso aconteça, é simples: ferva a hortaliça e escorra a água utilizada. Evite utilizar folhas velhas e secas, pois elas concentram ainda mais a substância. Aliás, nem todos os tipos de taioba são comestíveis. Algumas opções silvestres, também conhecidas como ‘bravas’, possuem uma quantidade tão alta de cristais de oxalato de cálcio que nem ao cozinhá-las é possível exterminar toda a substância.
Como diferenciar, então, a taioba comestível da que é perigosa para o consumo?
O primeiro passo é ficar atento à coloração; as taiobas bravas, em geral, apresentam folhas verde-escuras, além de um ponto arroxeado na inserção da haste de sustentação da folha. Mas como há grandes variedades de espécies, pode haver exceções nessas características, assim, o modo mais seguro é sempre perguntar sobre a procedência da taioba antes de comprá-la ou colhê-la.
Fique de olho vivo na taioba!
Fonte: Cozinha Natureba